terça-feira, 29 de novembro de 2016

Relatando cordéis...

Como pode ser visto em outras postagens,o cordel assume posturas mediante ao contexto em que este esteja inserido! Escrito, cantado e até mesmo interpretado,esses contos relatam um pouco da vida e imaginários de seus autores. Nesta página,vocês encontarão um pouco de cordel,vida,arte...
Fonte: https://www.facebook.com/pg/gruponarradoresdecordel/photos/?tab=albums

Museu do Cordel



A Feira de Artesanato em Caruaru possui vastas curiosidades singulares, dentre elas destacamos uma que participa da Literatura do nosso Estado Pernambucano, o Museu do Cordel. Fundado em 1999 por Olegário Fernandes que era cordelista, que escrevia seus cordéis com estilo jornalístico chamado de Poeta Repórter abordando os vários acontecimentos que ocorreram em Pernambuco, no país e no mundo também. O museu reúne mais de 10 mil títulos de cordéis de diversos temas localizado em Caruaru. Atualmente quem está cuidando do museu é Olegário Fernandes Filho, dando continuidade na área cordeliana que seu pai tanto amava. 

Reportagem sobre o Museu do Cordel



Olegário Fernandes


Fonte: O Nordeste
Disponível em: <http://onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Oleg%C3%A1rio+Fernandes,+cordelista&ltr=o&id_perso=181> Acesso em: 29 de novembro de 2016. 

Uma breve história...

Para você que gosta de literatura de cordel, é fundamental saber o surgimento de uma das leituras mais cheias de dizeres populares, que misturam desde a região de vivência de seus autores, com as fábulas contadas por eles, que vão desde fantasias a romances...
Indicamos essa breve e tranquila leitura!

Classificação folhetos de cordel

A revista Continente em seu primeiro ano de lançamento, publicou matérias especiais sobre a literatura de cordel. Tudo sobre a arte e os segredos dos folhetos. Há também, uma matéria sobre a classificação da literatura de cordel.

Onde posso achar: Biblioteca do Centro de Artes e Comunicação - UFPE

  Veja o número de chamada na etiqueta lateral.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Relação entre Trovadorismo, Martelo Agalopado e Cordel


Relação entre Trovadorismo, Martelo Agalopado e Cordel




Alguns esclarecimentos acerca da estrutura dos poemas de cordel ( cof cof Letras ... <3 )

Para aqueles mais apaixonados por literatura fica visível a proximidade da literatura de cordel com o trovadorismo e também, com o martelo agalopado, e para quem não esta familiarizado vamos mostrar um pouco da relação entre estes com a produção dos poemas de forma multidisciplinar.

A Literatura de Cordel surgiu primeiramente na forma de cantigas trovadorescas que eram acompanhadas por instrumentos musicais, versos compostos para cantar e dançar, o que facilitava ao ouvinte a memorização e assimilação do tema apresentado. A presença de rimas, as constantes repetições eram os recursos utilizados pelos compositores para que o público assimilasse o discurso inserido na obra. Não havia registro escrito, apenas a apresentação oral dos versos compostos. Muito tempo depois, com o surgimento do Humanismo, é que a poesia e a música se separaram. Atualmente, o papel dos trovadores, menestréis e jograis foi assumido por cantores e grupos musicais que fazem uso do verso e da melodia para levar seu discurso ao público.

Quanto ao martelo agalopado no dicionário Aurélio encontramos melhor a definição :

"estrofe de seis pés decassílabos, de toada violenta, improvisada pelos cantadores sertanejos nos seus desafios".

Denomina-se "Martelo Agalopado" o estilo de poema criado por cordelistas e cantadores, nos improvisos ou nos textos escritos.
 


como é criado este estilo?
para que não fique algo muito analítico ( afinal nosso curso é biblioteconomia, e não letras ) vou primeiro colocar alguns exemplos :

Ninguém usa o martelo que nem eu,
Martelando o dedão largo, na ponta
Do pé chato do mano que me monta:
Sangue bom, da linhagem do plebeu,
Que Bocage e Rabelo jamais leu,
Mas que tira casquinha dum coitado
Com requinte capaz de ser cantado!
Quem foi rei nunca perde a majestade,
E eu que sou, também, súdito de Sade,
Virei rei do martelo agalopado!

(Glauco Mattoso)


Assim fica visível a rítimica do poema onde as palavras no final de cada verso rimam, e precisam ter uma distancia constante, e é nessa mesma estrutura que é criado os poemas de cordel como este :

 "O cordel veio da Europa
no fim do século passado
 no Nordeste do Brasil
 ele foi bem implantado
 e os poetas conseguiram com ele bom resultado."

 José Francisco Borges.

Foi Jaime Pedro Martelo, francês, século 17, que introduziu na literatura o verso de 10 sílabas que depois foi denominado Martelo.
Seu esquema rímico era de rimas alternadas, sem tamanho fixo de estrofes.

A partir dessa forma, o paraibano Pirauá de Lima, século 19,criou o que hoje é conhecido como Martelo Agalopado.
Seu esquema rímico seguiu o esquema das décimas: ABBAACCDDC.
Tal esquema ainda é encontrado em quase todos os martelos agalopados compostos atualmente.
Verso
O verso do Martelo e do Martelo Agalopado é uma variante de verso heróico, mantendo as tônicas nas posições 6 e 10, mas apresentando outra tônica na posição 3.
Estrofe
Dez versos decassilábicos compostos de 2 anapestos e um peônio (3, 6, 10).
Alguns versos podem apresentar a oitava sílaba subtônica, substituindo o peônio por dois iambos (3, 6, 8, 10).
Esquema rímico predominantemente mas não único: ABBAACCDDC ( por isso as cores para uma visualização mais simples ).
Nos dias de hoje, o martelo agalopado apresenta diversas variações como o martelo cruzado e martelo alagoano, que podem ser percebidas nas diversas composições da musica popular brasileira. 

Espero que tenha se tornado mais visível a relação entre o movimento literário Trovadorismo, a tipologia textual Martelo Agalopado e a Literatura de cordel.

 P.S 

*multidisciplinaridade :

 A multidisciplinaridade é entendida como a justaposição de diferentes disciplinas, que cooperam cada uma com sua metodologia e campo de saber para o estudo de um determinado problema. Diferente da interdisciplinaridade, na multidisciplinaridade essas disciplinas não interagem entre elas, nem formam uma nova disciplina, elas nem mesmo têm contato uma com a outra durante o processo. 

Até a próxima ... ;)

https://www.linkedin.com/pulse/cordel-do-sert%C3%A3o-nordestino-%C3%A0-contemporaneidade-da-internet-dourado
https://5sintonia.wordpress.com/2016/10/27/as-relacoes-disciplinares-na-biblioteconomia-interdisciplinaridade-multidisciplinaridade-e-transdisciplinaridade/



Acessibilidade da Informação


No blog mediadores de informação, composto por alunos do segundo período de biblioteconomia, mesmo quem não está a procura consegue encontrar um novo olhar a cerca da literatura e sua forma de transmissão. A literatura surda, tema pouco visto, contudo, abordado pelo blog em questão, possibilita deficientes auditivos a conhecer e amar a literatura, partilhando para todos a informação independente de limitações físicas. Com isso, demostra a importância da literatura na vida da sociedade num todo. Além disso, está disponível conteúdos de sites confiáveis com a finalidade de aprofundamento do tema e de temas relacionados. 

Biografia

Uma breve biografia sobre J.Borges 




Como falar de cordel sem citar um dos maiores ( ou maior ) cordelistas e xilógrafos de Pernambuco ( para ser mais honesta do Brasil mesmo ) o J.Borges, segue um pouco sobre a vida de uma pessoa que deu uma gigante contribuição ao letramento dos sertanejo levando criatividade, bom humor, cultura, e contribui para a disseminação dos costumes nordestinos.
J. Borges é um dos mestres da literatura de cordel. Nascido em Bezerros, município de Pernambuco, é o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo. Borges já ilustrou capas de cordéis, livros, discos, e já expôs na Venezuela, Alemanha, Suiça, México e Estados Unidos, onde foi tema de uma reportagem no The New York Times, que o apontou como um gênio da arte popular
A principio ele começou vendendo folhetos de cordel. Aprendeu a ler e a escrever para conseguir ler os versos de cordel. Publicou o seu primeiro cordel em 1964, "O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina", com ilustrações de Dila. Vendeu cinco mil exemplares em sessenta dias. O artista revela que teve que aprender a fazer as próprias gravuras para ilustrar os seus folhetos.
Também é um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e um dos xilogravuristas brasileiros mais reconhecidos no mundo. Começou aos vinte anos, vendendo folhetos de cordel, mas antes, trabalhou na roça, foi pintor, carpinteiro, e pedreiro.

O reconhecimento veio quando o escritor Ariano Suassuna descobriu o seu trabalho e o designou como o maior artista popular do nordeste."Ariano disse que eu era o melhor, e o povo acreditou, e aí o serviço foi aumentando".

Confira um pouco mais sobre a vida e trabalho do J.Borges nesta entrevista feita ao jornal hoje (Edição do dia 30/10/2014).


Fontes : http://artepopularbrasil.blogspot.com.br/2011/01/j-borges.html ( foto )
http://jborgesbrasil.blogspot.com.br/search/label/J.%20BORGES

Até a próxima! ... :)